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Resenha – Parte 1 Métodos do Balé Clássico: uma referência bibliográfica por Caroline Konzen Castro


CASTRO, Caroline Konzen. Métodos do Balé Clássico: história e consolidação. Curitiba, PR: CRV, 2015.

Resenha – Parte 1

Métodos do Balé Clássico: uma referência bibliográfica por Caroline Konzen Castro – Parte 1

Isa M. M. de Oliveira[1]

Caroline Konzen Castro é doutoranda em Educação na Technische Universität Dresden, na Alemanha, mestre em Estudos de Linguagens no Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, bailarina, coreógrafa, professora e pesquisadora da dança.

Importante referência nos estudos de história da dança, experimentadora de diálogos poéticos da dança e outras linguagens sígnicas. Para compreender as dimensões a que chegaram os métodos do balé clássico aplicados atualmente, Castro (2015) resgatou nesta pesquisa as bases teóricas e práticas desenvolvidas desde a origem dos métodos clássicos para compor as experimentações e releituras do balé atual.

A pesquisa de mestrado que resultou nesta obra publicada é uma referência da consolidação histórica do surgimento das aplicações dos métodos de balé clássico em diversos países, em especial os europeus. Nota-se o esforço de tornar essa pesquisa uma referência bibliográfica da história da dança em edição portuguesa, visto que muitos livros do assunto são de língua estrangeira, tais como inglesa, espanhola, italiana e francesa. Caroline Konzen Castro traduz de forma clara as principais informações das fontes estrangeiras a que teve acesso. Sendo assim, um material rico para a bibliografia e acervo brasileiro para os estudos sobre a historiografia da dança, no caso o balé. A obra é composta por quatro capítulos que representam uma seletiva das principais escolas de balé mundial cujos métodos são mais conhecidos no Brasil e no mundo, embora ao todo sejam atualmente sete escolas/métodos. A escolha pelas quatro escolas representa uma análise significativa e bem representativa dos métodos que ensejaram da pesquisadora o estabelecimento de uma conexão com aquelas que são referências aplicadas no ensino brasileiro da dança. Neste sentido toda a estrutura da obra está organizada em quatro capítulos que traçaram um panorama cronológico da evolução dos métodos.

O primeiro capítulo aborda a escola italiana e o método Cecchetti, a começar pela contextualização da importância do balé que praticamente nasceu nas cortes dos reis que a consideravam uma arte culta e distinta das demais culturas populares. Com isso, a valorização e interesse na dança do balé também tinham como alunos os príncipes e representantes da corte.

Diante desse cenário, surgem os professores que representavam diferentes estilos e métodos que influenciavam na concepção do balé italiano, dentre eles Gasparo Angiolini (1731-1803), Salvatore Viganò (1769-1821), Carlos Blasis (1797-1878), Enrico Cecchetti (1850-1928). Foi com Cecchetti que se consolidou o método denominado método italiano que se originou a partir do coreodrama de Viganò, mas foi Cecchetti quem criou o gênero chamado caractère que une ação e virtuose dentro da sua performance.

Os demais capítulos subdividem-se em capítulo dois o qual faz um panorama da escola francesa e o método francês; capítulo três a escola russa e o método Vaganova, e por fim a escola inglesa e o método Royal Academy of Dancing/Dance (RAD).

A obra é indicada para estudiosos do balé, da dança bem como aqueles que buscam conhecer seus métodos e origens, assim como a história que consolidou o balé atual nas suas referências e influências internacionais.

A obra é de uma linguagem clara, acessível e bem descritiva com traduções de excertos das fontes consultadas em língua estrangeira com originais em notas de rodapé e apresenta ilustrações que mostram alguns dos métodos. Obra recomendada para estudos bibliográficos, historiográficos da dança e especialistas em balé clássico. O texto é convidativo com um caráter histórico que permite a um leitor da área ou iniciante no balé ter uma leitura tranquila sem muitas dificuldades quanto às terminologias da dança, permitindo assim uma aproximação das técnicas e inseri-lo na linguagem dessa arte.

[1] Doutoranda em Estudos de Linguagens pelo CEFET-MG. Mestra em Estudos de Linguagens – CEFET-MG. Especialista em Comunicação: Imagens e Culturas Midiáticas - UFMG Especialista em Linguística - Língua Portuguesa – UGF. Revisora e agente de revisão, resenhista, escritora, poeta e artista. E-mail: poetaisa@gmail.com

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