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FESTIVAIS DE DANÇA - o outro lado


A dança é uma forma de comunicação, expressão, manifestação do ser humano. Nasceu e se desenvolveu ao longo das vidas dos homens. É a forma mais antiga de comunicação, ou seja, desde que o homem sentiu a necessidade de se comunicar ele dançou.

Existem diferentes formas de expressão da dança e, portanto, classificações. Didaticamente talvez seja interessante diferenciá-las em étnicas (aquelas que identificam determinado povo), folclóricas (as danças que manifestam o coletivo), sociais (realizadas para diversão) e artísticas (aquelas com técnicas específicas de realização, para corpos específicos e que se manifestam no palco para espetáculos).

As danças teatrais ou artísticas vão sendo ressignificadas, aprimoradas e o artista que se propõe a viabilizá-la estuda com dedicação, pois oferecerá ao público sua dança e este a receberá na forma de lazer e de reflexão sobre o ser humano e a sociedade.

Somos privilegiados, pois no Brasil temos excelentes companhias de dança, apesar de sermos muito bem representados no exterior, o próprio povo brasileiro pouco usufrui e reconhece tal excelência, por questões de falta de políticas públicas para a arte e de educação para a arte da dança.

Neste contexto, uma tristeza me acomete que é a comercialização da dança artística. Muitas pessoas se colocam no papel de professores de dança sem ser, de coreógrafos sem estudar e de organizadores de eventos competitivos sem critérios, sem promover a discussão, reflexão, sem agregar valores.

Penso que festivais de dança só são válidos se causarem mudanças nas pessoas, se houver a possibilidade de trocas, de diálogo entre bailarinos, professores, coreógrafos e avaliadores e se puderem realmente comover, mover, tocar o público.

Paga-se, e muito, para participar de um festival. Muitas crianças são iludidas de que essa exposição ao público e aos jurados é necessária. Muitos pais são ludibriados pelo “glamour” de promover seus filhos bailarinos e de que um dia, quem sabe, um olheiro pode levá-lo para os palcos de importantes companhias de dança e que ele será bem remunerado por isso (só no exterior, é claro!). Não que isso não aconteça, pois muitos bailarinos tiveram oportunidades no meio artístico dessa maneira, mas é raro.

O fato é a promiscuidade. A falta de critério. Essa é minha crítica. A falta de zelo para com a exposição de crianças e adolescentes com a promessa de levá-lo a um universo lírico e mágico.

A arte da dança precisa de estudos, de ouvidos, olhos, paladar e alma. Vamos estudar? Vamos ler? Vamos apreciar obras de arte? Fica o convite e a crítica.

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